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...Todo encontro É UM reencontro...

domingo, 22 de setembro de 2013

A Luz da Convicção

                                                                          Priscila Dias

No avançar do estudo das Câmaras Herméticas, o busca-dor tende a ampliar em si o valor do seu querer diante dos códigos sociais, dos padrões culturais e ideológicos que o cercam. Compreende que os limites impostos por esses paradigmas são ilusórios, aprisionadores e limitam a percepção e acesso do ser à Ciência Arcana, Verdadeiro Canal por onde se viabiliza a Libertação. Entretanto, como o busca-dor, por mais adiantado que esteja na Senda, ainda se encontra dentro do Plano Imanente, ou seja, da Dualidade, tudo por quanto sente, faz e analisa, perpassa pela mecânica dos Princípios Universais. Neste caso, examinaremos que a partir da Polaridade, que afirma: “Tudo é duplo; tudo tem dois polos", toda essa ampliação do valor dado ao próprio querer, sujeita o busca-dor a prisões em outros níveis, enganando-se que está livre, pois rejeita códigos. Há de se ter cuidado com ampliação perceptiva que se desenvolve sem uma base, um centro que possibilita maior estabilidade ao ser. Caso contrário, na mesma proporção que se amplia, também se aprisiona. Um exemplo disso pode ser observado em grupos de pessoas que por um ideal religioso, filosófico, cultural se colocam a partir de suas percepções como críticos e isolados das demais pessoas e movimentos da sociedade. Esses grupos acreditam que os outros estão sob algum sistema de aprisionamento do qual não quer participar, pois dele se sentem livre, com isso, muitas vezes não se dão conta de que aquele grupo do qual comunga em ideias e buscas torna para si outro e sutil sistemas de aprisionamento. Sob a perspectiva aqui exposta, o busca-dor, por esta análise, pode concluir que tudo pelo qual idealiza e se move está sob alguma prisão e livrando-se dos códigos impostos está na verdade gerando outros, assim a Libertação parece ser algo impossível de ser alcançada, sendo todas as buscas nesse sentido meros artifícios das teias ilusória que tecem esse plano. A isto respondemos: sim e não.
O Hermetismo elucida que este é um plano mental,ilusório,dual e aprisionador. Assim toda a análise que possa o busca-dor desenvolver está dentro disso. Contudo, também esclarece e aponta o caminho que garante ser possível galgar e chegar a Libertação. Isso perpassa pelo Desenvolvimento Espiritual do ser que, ao longo de suas encarnações vem graduando sua memória existencial e ampliando seu acesso e união com as Verdades Maiores, que aos poucos vem libertando o ser das amarras mentais até que se encontre com o estado em que tudo É a Consciência Cósmica. A análise da problemática do querer diante dos códigos pode se tornar mais clara, trazendo à compreensão a didática do Principio da Correspondência que afirma: “O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima". Como o ser está em processo contínuo de graduação perceptiva, comparamos com uma criança, desde pequenina a ela é dado limites, estabelecem-se regras e ritmos que intencionam cercá-la de segurança para que possa gradualmente vir adquirindo autonomia e lucidez em suas escolhas e passos na vida, a criança que recebe uma boa base educativa se desenvolve uma pessoa com mais estabilidade, foco e articulação.
Correspondendo esse processo de desenvolvimento da criança ao do ser no seu desenvolvimento espiritual, evidencia-se que os códigos, sejam eles de qualquer espécie, familiar, religioso, cultural, social, ainda se fazem necessários para que, assim como a uma criança, estabeleçam-se regras e ritmos que o cerquem de segurança. Desta forma, pode gradualmente adquirir autonomia e lucidez em suas escolhas e passos na vida, estabilizando-o dentro do Infinito MaR da Consciência Cósmica, para que mais na frente e no Alto adquira pleno Domínio onde Livre possa navegar. Essa percepção da "importância" ou da "necessidade" de códigos, é fundamental para que o ser se fundamente e se estabilize diante a problemática. Por um lado, aumentando seu grau de compreensão com aqueles que de muitos códigos são prisioneiros. Por outro, não sendo o busca-dor "adolescente rebelde" que a tudo quanto identifica como código quer quebrar pelo simples gosto ou ilusão de não estar prisioneiro, tendendo, assim, a elaborar outros sistemas mentais, pessoais ou grupais de códigos, ficando tão prisioneiro ou mais do que aqueles quanto julga.
A Luz da Convicção vem da mesma forma como chega a Sabedoria das pessoas mais maduras. Vem pelo conhecimento da problemática, pelas Leis Universais que permeiam toda e qualquer análise. É pela Convicção que o busca-dor constata que não existe certo ou errado além da relatividade de cada um ou de cada contexto. Contudo, faz o certo pela convicção da Verdade e não pela imposição de nada ou de ninguém. Faz o bem, segue o bem, pelo querer bem, sentir bem, estar bem. Diante da sociedade, compreende e valoriza o grau de cada ser e de cada sistema, escolhe por onde caminhar o que na maior parte das vezes também se assenta sobre alguns códigos, mesmo sabendo, nesse grau, o busca-dor o faz não pelo código, mas pela Luz da Convicção que brilha em si, orientando-o e guiando-o com maior estabilidade diante das polaridades pelas quais perpassa suas análises, ações e objetivos. A partir de UMa perspectiva muito além da problemática dos códigos, diante desta Luz o ser tem UM foco mais claro, salvando-se das culpas pelo entendimento que possui dos graus de aprisionamentos e dirigindo-se em busca da Libertação.

domingo, 15 de setembro de 2013

Os movimentos da Mente diante da compreensão

Priscila Dias

O grande destaque do ser humano, em vista aos outros seres que nesse planeta se relacionam, se deve à sua propriedade observacional e analítica diante do mundo que o rodeia e seus respectivos fenômenos. Ao longo de suas diversas vivências, o ser está sujeito a inúmeras experiências e percepções, através de suas encarnações. Desta forma, a análise mais ampla acerca dessa problemática não se resume a apenas uma existência do ser. Ou seja, essa propriedade é nele desenvolvida de forma gradual, a partir de quando nasce e ao longo de suas existências. Com isso, se, por um lado, a graduação analítica expande sua memória, possibilitando-lhe maior conjunto de dados registrados em contínua rede dialógica de informações diante de si mesmo e do mundo, o que, consequentemente, amplia sua capacidade de análise em face de tudo aquilo que vê, por outro lado, a tendência natural é que o ser observador/analítico utilize o seu prévio-conhecer, isto é, o enquadramento conceitual, pré-conceitual de rótulos e classificações elaboradas mediante imposições linguísticas e sociais diante do sentido dos objetos. Assim, ocorre que o ser busca conhecer aquilo que vê e sua análise se pauta em um conjunto de conhecimentos, onde as informações são progressivamente registradas e classificadas.
Contudo, as definições, os conceitos e as classificações são tudo aquilo que de mais "morto" há no processo de observação dos fenômenos que o ser experiencia. Isso porque a mente movimenta-se no sentido de compreender aquilo diante do qual está focada. Para tanto, ativa dentro de si diversos níveis vitais e dinâmicos, que articulam um encadeamento de conexões dialógicas, culminando com o momento em que o compreensão buscada é aparente ou parcialmente atingida, fase onde são formulados conceitos e classificações resultantes da análise... A partir disso, a tendência é que o ser se satisfaça e materialize o Conhecimento através de conjuntos conceituais, classificações, padrões e códigos. É nesse ponto que aqueles movimentos, que impulsionam a análise, perdem a força de atuação. Como a mente não cessa o seu processo analítico-observacional, não podemos dizer que os movimentos vitais e dinâmicos deixam de atuar, mas se deslocam para outro foco de observação. Logo, no decorrer de sua graduação analítica, o ser está mentalmente mergulhado em UM contínuo processo de movimentar-se em busca do entender, parar diante do conhecer e imediatamente redirecionar-se a outras e outras buscas. Portanto, o que ocorre é que o ser conhece aquilo que observa e analisa, configurando-se um conjunto de Conhecimento, onde as informações são registradas e classificadas. Nesse sentido, podemos afirmar que o resultado final da análise, ou seja, a apreensão da forma e dos sentidos intelectuais do objeto, mediante conceitos, classificações e códigos, representa o saber-compreender da mente.
Priscila Dias



O grande destaque do ser humano, em vista aos outros seres que nesse planeta se relacionam, se deve à sua propriedade observacional e analítica diante do mundo que o rodeia e seus respectivos fenômenos. Ao longo de suas diversas vivências, o ser está sujeito a inúmeras experiências e percepções, através de suas encarnações. Desta forma, a análise mais ampla acerca dessa problemática não se resume a apenas uma existência do ser. Ou seja, essa propriedade é nele desenvolvida de forma gradual, a partir de quando nasce e ao longo de suas existências. Com isso, se, por um lado, a graduação analítica expande sua memória, possibilitando-lhe maior conjunto de dados registrados em contínua rede dialógica de informações diante de si mesmo e do mundo, o que, consequentemente, amplia sua capacidade de análise em face de tudo aquilo que vê, por outro lado, a tendência natural é que o ser observador/analítico utilize o seu prévio-conhecer, isto é, o enquadramento conceitual, pré-conceitual de rótulos e classificações elaboradas mediante imposições linguísticas e sociais diante do sentido dos objetos. Assim, ocorre que o ser busca conhecer aquilo que vê e sua análise se pauta em um conjunto de conhecimentos, onde as informações são progressivamente registradas e classificadas.
Contudo, as definições, os conceitos e as classificações são tudo aquilo que de mais "morto" há no processo de observação dos fenômenos que o ser experiencia. Isso porque a mente movimenta-se no sentido de compreender aquilo diante do qual está focada. Para tanto, ativa dentro de si diversos níveis vitais e dinâmicos, que articulam um encadeamento de conexões dialógicas, culminando com o momento em que o compreensão buscada é aparente ou parcialmente atingida, fase onde são formulados conceitos e classificações resultantes da análise... A partir disso, a tendência é que o ser se satisfaça e materialize o Conhecimento através de conjuntos conceituais, classificações, padrões e códigos. É nesse ponto que aqueles movimentos, que impulsionam a análise, perdem a força de atuação. Como a mente não cessa o seu processo analítico-observacional, não podemos dizer que os movimentos vitais e dinâmicos deixam de atuar, mas se deslocam para outro foco de observação. Logo, no decorrer de sua graduação analítica, o ser está mentalmente mergulhado em UM contínuo processo de movimentar-se em busca do entender, parar diante do conhecer e imediatamente redirecionar-se a outras e outras buscas. Portanto, o que ocorre é que o ser conhece aquilo que observa e analisa, configurando-se um conjunto de Conhecimento, onde as informações são registradas e classificadas. Nesse sentido, podemos afirmar que o resultado final da análise, ou seja, a apreensão da forma e dos sentidos intelectuais do objeto, mediante conceitos, classificações e códigos, representa o saber-compreender da mente.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Eterna Fonte Cristalina

Priscila Dias



Em um ponto muito além do que pode ser concebido, está a Eterna Fonte Cristalina do Conhecimento de Tudo Quanto Há. Dessa fonte, despontam como que inúmeros canos que ligam sua Água a diversas caixas de diferentes tamanhos e formas. Num primeiro momento, cada recipiente se auto-percebe e ignora os demais, tendo, assim, sua existência como parâmetro filosófico-existencial alcançando suas próprias barreiras perceptivas espaciais, como limite máximo da percepção atualizada. Ao longo de tempos e tempos, durante os quais a Água jorra e se espraia, algumas das caixas se enchem e derramam sobre as outras, dando-se conta de que não estavam sozinhas, como suponham. Desde o advento dessa lucidez, tendem a ampliar as barreiras da percepção, fazendo emergir toda uma esfera de novos padrões, informações e relações. Desde eras indescritíveis, esse processo de ampliação tem formado os seres mais elevados em percepção, os quais abarcam grande quantidade de conhecimentos e aplicações sobre os mecanismos de toda a tubulação da existência,  bem como adquirem mais e mais sabedoria sobre o modus operandi que permite a real conexão entre os canos. Com isso, percebem um contínuo e crescente rompimento de limites e ampliação cosmoperceptiva, pois há o real entendimento da ascensão do micro em direção ao Macro, do cano e da caixa em direção à Suprema Fonte.

terça-feira, 21 de maio de 2013

O despertar da percepção e a importância do querer



Diante do despertar da percepção, um dos maiores entraves que os seres enfrentam é o aprisionamento aos códigos de conduta. Quando se compreende isso, pode-se iniciar um problema talvez maior: atuar no mundo de forma a quebrar códigos e códigos, como um ato de revolta diante do sistema de controle social. Esse posicionamento é igualmente ilusório, visto que o ser, por mais que tente quebrar códigos, o faz dentro de algum padrão conceitual aprisionador. Nesse caso, o de vestir uma roupagem de rebelde e revolucionário, a qual, em ultima análise, não deixa de ser um estímulo à outra possibilidade de códigos, mas menos claros que os convencionais. 

A partir do Princípio da Correspondência, pode-se estabelecer uma analogia do ser em processo de amplo despertar psíquico. Quando ainda não percebia a possibilidade do real despertar, é como se estivesse ainda na "infância", sentindo-se uno com “tudo”, ainda sem condições que o incomodavam e com “o sono tranquilo". Conforme amplia a sua percepção de mundo, o ser também vê crescerem suas angústias, a noção de separatividade, o julgamento e a compreensão de que códigos e regras são as leis que regulam o seu ir e vir, sua forma de atuação na sociedade. Já na adolescência, a tendência à rebeldia, à revolta e à quebra de limites o conduzem a contestar e mesmo a desestabilizar a ordem local estabelecida. Contudo, por mais que se denominem “contestadores, rebeldes, anarquistas", ainda se encontram dentro de um grande código que os limitam, por exemplo, o representado uma ideologia a ser seguida como paradigma.

Com base no exposto, pergunta-se: onde reside a possibilidade da libertação do aprisionamento dos códigos, se a busca por quebrá-los parece não ser um caminho maduro? A continuação da analogia pode apontar um caminho. Já tendo passando por algumas experiências, aprendizados que lhe serviram como base de racionalização e conduta, bem como com maior acesso a mecanismos estruturais que lhe permitem maior liberdade, deslocamento e expressão, o ser pode se posicionar com mais clareza, fazendo valer o seu querer e negociando estrategicamente sobre a melhor forma de proceder diante de um código, racionalizando-o não por padrões de valores impostos, mas sim sob a perspectiva da realização do seu querer. Trazendo a análise para o ser que busca o despertar, pode-se dizer que libertar-se dos códigos é um dos passos fundamentais para o seguimento mais lúcido e firme na busca da Senda Espiritual. Porém, esse libertar-se ainda não pode, dentro da Imanência, acontecer em plenitude, o que exige do busca-dor um contínuo negociar estratégico para a realização do seu querer mais autêntico. É dessa forma que o ser pode gradualmente se dar conta de que não é desejável "declarar guerra" contra os códigos, mas sim, dentro de todos os contextos, preparar o seu maior guerreiro, fortalecendo-o e destacando-o pelo seu querer genuíno.

É o querer esse guerreiro, o grande responsável pela libertação dos níveis de aprisionamento. Quando o ser o valoriza,  permite que seja cada vez menos anulado ou coagido, tornando-se mais presente e incisivo. Assim, o busca-dor pode ampliar sobremaneira sua percepção, aproximando-se paulatinamente da Libertação, tornando-a cada vez mais lúcido e menos susceptível aos aprisionamentos dos códigos.


A lucidez diante da ilusão de complexidade

Priscila Dias

Quando pensamos, em sentido mais amplo, acerca da Polaridade dentro da Imanência, nos direcionamos a uma conclusão segundo a qual Kether e Malkuth são oposições de UMa mesma Essência. No nível da "Árvore da Vida do Universo", enquanto Kether é o extremo da expansão que a percepção do ser pode focalizar em seu plano, representando a Liberdade Plena, a Onisciência, a Onipotência e a Onipresença, ou seja, a Unificação de TODO o conjunto de percepções e atuações, Malkuth representa as condições exatamente opostas, alcançando, em essência, o mesmo objetivo maior do seu polo oposto, diferente em grau, mas de mesma natureza. 

Seria simples e estaria tudo resolvido se o Universo, que é Mental, não se manifestasse em complexos desdobramentos, que se realizam em infinitas faixas vibratórias, as quais se cruzam, se interligam, ressoam e influem umas sobre as outras, gerando outros a desdobramentos ad infinitum. 

Os Princípios, que parecem tão poucos e tão simples, geram, nesse Jogo Existencial que é o Universo, uma vastidão de análises e vivências, num emaranhado em que muitos sábios já se perderam e se perdem, muitos loucos já atingiram a lucidez, muito magos se dissolveram na magia e muitos seres de inúmeras hierarquias se elaboram e reelaboram em UMa vasta coexistência de percepções e manifestações em diversos níveis e planos.

Mesmo assim, pela Correspondência, é possível usar as análises em sentido mais amplo. É viável compreender as formas de atuação das leis naturais e dos processos mentais, para buscar maior lucidez e domínio diante dos emaranhados complexos que permeiam o TODO. Daí sente-se a necessidade de bases intelectivas, de conhecimentos construídos gradual e dialogicamente, pois, na ilusão de Universo, tudo está em Movimento. 

Quem quer se encontrar, precisa, muitas vezes, se perder, ou melhor, em ultima análise, dar-se conta do quanto está perdido.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Todos Somos Um


                                                                 Todos Somos Um



Navegando pelos rios da Vida, dou por mim pensando em um rio de geleiras composto de numerosos e fragmentados blocos de gelo. Se cada bloco, em dado momento, se percebesse enquanto ser individual, por certo, dali nasceria uma noção de separatividade e com ela o terrível julgamento que, implacável, declara: a distancia pelo espaço que há entre si e os outros; a diferença nos formatos, logo imbuída de valores; assim como o estranhamento na expressividade com que cada bloco se destaca em seu ponto de localização.

Imagino o sábio o rio acompanhando as ânsias instauradas diante das complexidades, compreensivo e sereno, sem dúvida sorrindo e silenciosamente dizendo:  

 "Queridos blocos de gelos, não vês que sois Eu que emergi e condensei-me em pequenas partes? Tão logo volteis a mergulhar e dissolver os Limites lhes colocados pela obscura e fria matéria, ampliareis o alcance de sua percepção, do seu sentir e do seu querer e mansamente entendereis que, o que importa acima de todas as importâncias É a Essência Verdadeira e Essa preconiza tão SO-mente que, Todos Somos Um".

Priscila Dias

sábado, 4 de maio de 2013

Em direção à Essência.

                                                              



No(a)...


Na linearidade, o caminhar;
No caminhar, o encontro;
No encontro, o viver com;
No viver com, o conviver;
No conviver, o envolver;
No envolver, a união;
Na união, um coração;
No coração, UM Só;
No UM Só, o Todo;
No Todo, a Mente;
Na Mente, a Existência;
Na Existência, o Limite;
No Limite, o racional;
No racional, a dúvida;
Na dúvida, o perceber;
No perceber, a expansão;
Na expansão, a Lucidez;
Na Lucidez, o Cosmos;
No Cosmos, a Porta;
Na Porta, a Chave,
Na Chave, a mão;
Na mão, a Ciência;
Na Ciência, o Si;
No Si, o EU;
No Eu, a Verdade;
Na Verdade, a Vida;
Na Vida, o Caminho;
No Caminho, a Linearidade;
Na Linearidade, ...


Priscila Dias

domingo, 14 de abril de 2013

A autopercepção na busca da Libertação.


O passado e o futuro não existem como momentos separados no Infinito, pois, na perspectiva do TODO, tudo É UM Eterno Agora. A este respeito, Leis Universais estão manifestas de forma a propulsionar o busca-dor por UM caminho que o conduza a uma crescente ampliação perceptiva, libertando-o gradualmente das limitações do seu universo mental.

Inevitavelmente, cedo ou tarde, o ser é colocado diante de si e dos porquês da existência, percebendo que, por mais que não tenha ciência, desde o início da sua caminhada no atual universo, percorre UMa senda espiritual. É no percurso do seu desenvolvimento cosmoperceptivo que o ser atualiza sua existência em realizações dentro do infinito mar de possibilidades da Vida.

Por UMa analogia, assim como cada gota d'água do mar é, em essência una com o oceano, o ser também aparente-mente se destaca na existência em frações limitadas, nUMa Totalidade Cósmica Indiferenciada, nUM eterno ciclo ser como ilusão e não-ser como Único Ser, gerando um movimento de autopercepção e de reconhecimento profundo da unidade subjacente a tudo quanto há. 

Tal analogia pode apontar para UMa compreensão mais abrangente. Vejamos: o ser, como uma "gota destacada de uma nuvem", age "individualmente" em diversos planos, atuando sob determinadas condições vibratórias, correlatas com o mundo em que se encontra. Quando decide se lançar em direção a outras vivências dimensionais, movido por UM Poder Superior, mergulha em UM movimento contínuo de diferentes percepções e sensações vibratórias.

Da mesma forma que a gota se une a outras e passa por diversas camadas de ar sob constante mudança de temperatura, pressão e densidade, o ser, depois do seu reencontro com a Sua Essência, sente a presença cósmica da Unicidade. A gota está sempre unida a UMa só manifestação, a água, assim como o ser é indissociado do TODO, mas ilusoriamente se destaca dentro da Imanência, evocando um ciclo cósmico de manifestação, atualizando diferentes universos dentro de UMa mesma Realidade. Nesse percurso, o ser percorre TODO UM caminho de autotransformação no sentido de aproximar-se cada vez mais da Libertação do jugo da ilusão mental. Ou[se] seja, c[om]o cada ser, em essência, vem do UM, a percepção de si é a focalização mental diante das possibilidades infinitas da Unicidade Cósmica.

No momento em que a autopercepção do ser o coloca diante da Busca por trilhar a senda espiritual, dar-se conta de que na Verdade percorre esse caminho desde o início de sua jornada para o au[l]to-conhecimento. A partir de então, tenderá a ampliar o entendimento do funcionamento das Leis que regulam a “Roda cíclica das manifestações", de maneira que, em consonância com a sua busca, vislumbrará que existem os porquês do existir, os quais podem ser transcendidos a um estágio muito além da compreensão racional, chegando a sentir, de algum modo, a inefabilidade da Realidade Única.

Na iminência da Libertação da Imanência, uma fundamental questão para o ser é a importância existencial do "dar-se conta de si", cujo entendimento lhe traz sucessiva clareza nas constatações das Leis e dos porquês no Universo. A partir da lucidez diante do sentido da sua busca, poderá acessar questões mais profundas, complexas, até mesmo duras e violentas, pelo menos aos olhos da zona de conforto mediana dos seres.

Quando essa lucidez chega a cada ser, promove a abertura de um elevado portal de entendimento, aproximando-o cada vez mais da Libertação.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O TODO e a Mente

Priscila Dias

O Universo é Mental. Há milênios os Hermetistas ensinam que o TODO em sua essência É incognoscível. Por ser infinito e ilimitado, não é possível atribuir-Lhe limites conceituais de qualquer espécie; É Absoluto, Eterno e Imutável. 

Com base nessa ideia fundamental acerca do TODO, observa-se que no Universo do qual fazemos parte como seres aparentemente destacados, tudo se mostra de forma oposta. Mostra-se como elementos condicionais, finitos e mutáveis. É a partir da compreensão da aparente finitude das coisas que o ser começa seus questionamentos filosóficos mais profundos na busca da Verdade e dos motivos da existência do mundo.

O Hermetismo afirma que o ser pode dar-se conta de que o Universo é Mental porque o TODO o manifesta de Si através de sua Mente, pela qual Ele pode crEar. Ou seja, Tudo quanto o ser pode racionalizar, até onde a percepção consegue alcançar, antes de transcender, está dentro da Mente.

Em um primeiro momento, os estudos se pautam apenas nos Princípios Universais, ou seja, nas Leis que regem esse Universo manifesto pela Mente, o qual é expresso pelo Primeiro Princípio, que, na verdade, representa o Enunciado Fundamental: O Universo é Mental. Esse é mais profundo dos Princípios, pois todos os outros estão dentro dele e é também o mais difícil de ser assimilado pelo neófito e até mesmo por muitos busca-dores mais adiantados na Senda. Quando o estudante começa a compreender, a sentir e a ampliar a percepção diante do Universo Mental, possivelmente está bem adiantado em seu grau de desenvolvimento. Aqueles que chegam a um maior domínio da atuação mental podem ser chamados de "Mestres", conseguindo não mais ser atingido pelas Leis, mas sim empregá-las em seu favor, auxiliando no círculo cósmico da Unificação e Transcendência dos seres. 

O estudante deve ter calma diante de uma natural ansiedade em querer "entender tudo de uma vez". O caminho é longo e contínuo, sendo mais bem empreendido quando, com perseverança, prudência e paciência, não desanima diante dos conteúdos que ainda lhe parecem "velados". Assim, seguir em frente é uma das mais eficazes estratégias para chegar aos objetivos maiores, pois o mais provável é que, na sequência dos estudos, o ser aumente sua cosmolucidez, posicionando-se com maior clareza e domínio diante das circunstâncias e desafios que ainda se apresentam.


domingo, 10 de março de 2013

Ressonância Vibratória



Com base nos conhecimentos elevados acerca da Vibração, percebemos que somos como cordas de um teclado, somos harmônicos uns aos outros quando vibramos na mesma frequência e isso é algo deveras significativo, importante na medida em que nos fortalece e aumenta o alcance da nossa ressonância. Por outro lado, nos desperta a um constante estado de alerta, pois da mesma forma que unidos ressoamos com mais intensidade, quando um é afetado por alguma carga vibratória desarmônica tende a ressoar em todos os outros.

É por isso que, a tentativa de se isolar pode aparentemente ser mais segura, resguardando o ser de supostos efeitos desestabilizadores. Tal atitude é válida quando vista por um ângulo mais específico, por exemplo, quando o ser afasta-se de certos eventos sócio-culturais ou determinados grupos de pessoas que lhe afetam em seu estado vibratório. Contudo, ampliando o olhar, é ilusória, pois o ser continuará sob diversos movimentos de frequências vibratórias cercando-o por todos os lados.

Nesse sentido, o velho ditado: “A união faz a força” tem um lado mais esotérico do que aparenta e de certa forma isso é tão natural quanto pode ser percebido em um primeiro momento. Existem notas que são harmônicas entre si, pertencem a uma mesma faixa vibratória que por mais que se desdobre em oitavas, estará sempre gerando um efeito de ressonância umas nas outras, sendo tanto mais intensa quanto mais próxima ela se situar em relação à nota fundamental na escala vibratória e tanto mais fraca quanto mais distante estiver. 


Aprofundando a questão, ou melhor, aproximando-a, vimos que, cada pessoa é como uma nota de piano. Dessa forma é fácil entender porque quando em uma família um dos integrantes não está bem, isso ressoa em todos os outros e até em pessoas que não são da família, mas lhe são harmônicos como amigos por exemplo. Em grupos religioso-filosóficos se algo afeta a um membro, se este é afastado ou punido, logo isso reflete com maior ou menor intensidade em todos. Em um ambiente profissional ocorre o mesmo e está sendo estudado e implantado de forma crescente nas empresas, diversas medidas que elevam a vibração de seus funcionários, refletindo diretamente no aumento da produção e diminuição de doenças e crises entre seus empregados.

A Lei da Vibração e os efeitos das frequências e ressonâncias vibratórias são infalíveis e se aplicam a tudo dentro do Universo.

O que nos compete entender, quando cientes das Leis e compromissados com a missão, de acordo com o objetivo final que nos aponta a Filosofia Hermética, na verdade colocamos enquanto questões: Até que ponto essa harmonização vibratória se realiza e é necessária para a ampliação de nossa cosmolucidez? Qual e de quem é o interesse em fragilizar essas notas harmônicas, diminuindo assim o poder de nosso alcance? E finalmente, qual o caminho ou medida que de acordo com uma ampla percepção pode ser tomada para o fortalecimento, a União, das notas desse "teclado hermético", que é parte integrante do Grande Teclado Cósmico?

...


Sinais



Os sinais são grandes lanternas no caminho do busca-dor.

Muitos de nós estamos reencontrando com um antigo conhecimento, por certo, outrora já vivenciado. Nada é por acaso, todo efeito vem de uma causa. Aos poucos a Verdade desse Plano Imanente vem nos sendo desvelada e diante Dela temos a Liberdade de escolher como nos posicionar, mas o iniciado entende sua missão.

Dedicado ao amigo e Instrutor de Hermetismo, Antero Carvalho.





“A Origem dos Mistérios: Mentiras e Verdades”, por Antero Carvalho



Uma versão digital para baixar este livro, gratuitamente, está em http://www.bubok.pt/livros/6521/A-ORIGEM-DOS-MISTERIOS--Mentiras-e-Verdades, onde também pode-se adquirir versões impressas a preço de custo.


Resenha de Priscila Dias , revisada por Arthur Burchsbaum:

A humanidade está constantemente sendo arrastada pelas marés dos movimentos culturais, dos dogmas religiosos, dos modismos e toda sorte de correntes, que têm o poder de conduzir a mentalidade dos povos. Contudo, desde sempre, existem buscadores, seres que enxergam além do que está posto e visível para a maioria. Essas pessoas, sendo inquietas e questionadoras, trazem sempre, em seu íntimo, algo que as impulsiona em busca da Verdade, da compreensão do quebra-cabeça que tende a confundir o estudante no sentido dos diferentes caminhos, que, se por vezes se relacionam, por tantas outras deixam lacunas e contrapõem-se.

Na presente obra, Antero Carvalho aborda essa questão de forma bastante peculiar. À medida que consegue trazer suas próprias buscas e reflexões como foco da obra, consegue ser profundo e amplo, trazendo a si próprio para perto do leitor, fazendo com que suas descobertas tornem-se objeto de análise.

Demonstra humildade, e retrata a vida de um homem que, movido pelos muitos códigos, veio seguindo pelos caminhos “padrões” da sociedade, mas que, em todo tempo, é atraído e instigado a buscas mais além, sendo com isso levado a um caminho de autotransformação. Aborda a atual crise econômica e social da Europa, como fator que impulsionou seu desenvolvimento, e, por serem esses temas humanos e contemporâneos, estes se adéquam às necessidades de mudanças de qualquer pessoa e da sociedade em geral.

Com propriedade e habilidade, discorre acerca de temas como política e economia, história, religião, ciência, esoterismo e hermetismo. Assuntos místicos e esotéricos, como o Quinto Império, os Templários, Fátima e a Arca da Aliança são elementos que, sem dúvida, excitam um leitor interessado em desvendar os mistérios que permeiam esses temas.

Com efeito, os contos e aforismos abrilhantaram ainda mais com poesia e beleza a construção do livro, são recursos que auxiliaram na revelação de verdades que conduzem o raciocínio do leitor a ampliar suas percepções, e o fazem de forma suave, sutil.

Apesar de afirmar que a Verdade pode violentar aqueles que não estão preparados para conhecê-la, em nenhum momento faz isso, e formula as ideias de forma que um leitor iniciante nessas reflexões tenha algum vislumbre da Verdade, podendo despertar para o anseio de aprofundar e ampliar suas buscas, ao ponto que um leitor mais preparado, um buscador, possa compreender a mensagem, desperte, e se interesse por desvendar a chave que levou o autor a conciliar os paradoxos que lhe haviam sido instaurados em sua busca.

É uma obra instigante em todo seu conjunto; acompanhar a busca do autor é mergulhar nas próprias buscas, dúvidas e reflexões, que quase sempre denotam, em quem as possui, adiantado estado de consciência e lucidez, diante dos mistérios, mentiras e verdades que permeiam nosso existir.




sábado, 2 de março de 2013

Peregrinação da Mente

Priscila Dias

Para amenizar as angústias da mente, é necessário deslocar-se do foco de um ponto específico, pessoal, egoico e ilusório e transportar-se em direção a uma análise mais ampla e profunda, chegando cada vez mais próximo de UMa visão cósmica. Sempre que o exame for localizado e fragmentado estará dentro do dualismo, portanto, limitado. 

Em muitos momentos quando o peregrino tenta libertar-se de algo, volta-se para o foco daquilo que analisa, de modo a mergulhar ainda mais no objeto.  O ser se encontra localizado quando percebe o que analisa. Nesse jogo existencial, o duelo da mente ocorre mediante o embate entre seu querer e os códigos que o oprimem e o aprisionam. Sabendo que os códigos, por si só, não são maus nem bons, simplesmente são, a mente sofre ao perceber os conflitos entre querer libertar-se e o apego diante das necessidades que ainda deseja.

O caminho fica difícil ao peregrino quando este se vê ciente do libertar-se dos códigos e, a partir disso, elevar mais ainda o alcance de sua cosmolucidez. Entretanto, estando inserido em seu contexto sócio-histórico-cultural, se vê envolto de um sistema de condicionamentos que exercem forte influência sobre si. A grande luta está em anular expectativas e livrar-se de modelos culturais dos quais se torna ciente no momento em que reconhece a ilusória influência de fatores externos dominantes representados pelos mais variados códigos sociais.

Quando o peregrino faz aquilo que quer fazer aproxima-se muito da libertação dos códigos. No entanto, no sentido da busca da libertação das ilusões de Universo, é preciso saber distinguir claramente querer genuíno, ou simplesmente o querer, do desejo. O primeiro exprime a autêntica vontade interior de fazer, de agir, enquanto o segundo exprime uma vontade conduzida pelo querer do outro, por exemplo relacionado a imposição de códigos culturais. Nesse processo de distinção o peregrino deve avaliar até que ponto o que sente se liga ao querer ou ao desejar, ou seja, até que ponto valoriza realmente o que sente ou dá importância aos códigos do outro. 

Nessa dinâmica perceptiva deve igualmente saber diferenciar ideais religiosos, culturais ou filosóficos daquilo que realmente sente e quer. A partir de então, pode caminhar de modo mais lúcido em direção a UMa Única Chave, transmutando o olhar de um plano menos isolado e ilusório para o plano Cósmico Transcendental. 

Embora limitada, a percepção mental pode atingir a totalidade da existência no momento em que se der conta e sentir a impossibilidade da real presença do limite entre as coisas. Mesmo ciente de suas limitações  no Universo, o peregrino pode ter acesso a Porta que conduz à Consciência Cósmica. Quando perceber a existência a partir de UM olhar cósmico cada vez mais amplo dará um largo e significativo passo no caminho rumo à Libertação, encontrando e sentindo dentro de si a Realidade Única da Consciência. 

Esse Passo consiste na mais alta graduação do ser na iminência de escapar do mundo das ilusões. É UM momento crucial da mente diante do jogo do existir.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

De busca-dor a Peregrino

Priscila Dias

É comum dentro da nomenclatura dos estudos de Hermetismo o uso do termo busca-dor atribuído ao estudante sincero que se propõe a encontrar com a Verdade Cósmica Existencial e desvendar os ensinamentos ocultos por Eras e Eras guardados e passados a um círculo restrito de discípulos confiáveis e com capacidade para suportar o peso dessas revelações.

O busca-dor está, como bem denota o nome, em constante busca, porém, quando essa se dirige às verdades esotéricas, ocultas e premissas nas Leis Universais, a cada encontro parcial, aumenta sua dor diante dos véus que se descortinam em sua visão. Por algum tempo, o estudante caminhará com a dor que, como tudo, se apresenta por uma polaridade: se, por um lado, a busca da Verdade traz sofrimento, desmorona as bases previa-mente construídas e os conhecimentos alicerçados. Por outro lado, o faz sentir UM profundo prazer cósmico e deleitar-se com a Luz da Verdade e o movimento em torno de si que gera a partir de sua graduação perceptiva.

Quando o ser passa de busca-dor a Peregrino, compreende que as verdades maiores são aquelas que mais violentam a estrutura sobre a qual caminha, mas, ainda assim, sente-se chamado a continuar, comungando de UMa certeza interna provinda de longínquas Eras, diante das quais o busca-dor, em algum grau, percebe que está em UMa antiquíssima viagem de exploração e peregrinação. Contudo essa percepção não exprime outro caminho, mas UMa Senda Real, que o possibilitará chegar diante da PORTA. Após TODO o percurso, conquistará a CHAVE, que o conduzirá ao objetivo maior e final: a Unificação com o TODO.

De busca-dor a Peregrino, há UM caminho e esse percurso apresenta-se ilusoriamente complexo, difícil, sofrido, durante o qual é importante o acompanhamento de Instrutores sinceramente comprometidos e preparados a instruir. Ao atingir o grau de Peregrino, o ser continua sendo um busca-dor e o será, até o ponto em que transcender a ilusão de Universo. Mas mesmo antes de atingir a reintegração com o TODO, o ser mais cientificado, peregrinará um tanto mais sozinho, ainda que possa auxiliar os demais a carregar o peso das verdades herméticas. É assim que consolidará a cada experiência seus conhecimentos e dentro de seu saber ver, instruirá a si próprio, apropriando-se da CHAVE e direcionando-se à PORTA DA LIBERTAÇÃO.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

As Preciosas Pedras do Caminho





Chega um ponto em que o buscador atinge um determinado grau de autociência que está sujeito a não suportar em sua memória tudo aquilo de que passa a ter percepção. Então, o caminho que precede esse ponto deve ser trilhado de forma que o ser vá solidificando uma base sobre a qual possa se sustentar e estruturar seu raciocínio. 

Nesse sentido, os Princípios Herméticos são as preciosas pedras que calçam a estrada do buscador sincero. Através deles, lança-se Luz sobre qualquer empecilho ou situação que possa ser vivenciada. Isso porque não há nada que escape a Lei e nesse Plano Manifesto tudo, ou quase tudo, perpassa pelos Princípios Herméticos.

Se diante de cada acontecimento que envolve o ser ele lançar  em exame os Princípios Herméticos presentes na questão, logo perceberá a veracidade de que eles estão em tudo quanto se manifesta, em menor ou maior grau e em diferentes níveis. 

Assim é que o ser pode se tornar mais centrado no caminho, compreendendo as causas e efeitos, as correspondências, os ritmos de tudo quanto acontece. Com isso é mais propício serenar a inquietude da mente e focar no objetivo maior.

Mentalismo, Correspondência, Vibração, Polaridade, Ritmo, Causa e Efeito e Gênero, são os 7 princípios da Verdade que se somam a cinco outros princípios ou bases, esses são resguardados, só os descobrindo aqueles que com dedicação buscam e são bem instruídos também.

Na verdade todos os princípios cabem dentro do primeiro que afirma: "O TODO é MENTE; o Universo é Mental." - O CAIBALION.

Os mistérios que envolvem a existência estão claros como o sol, a disposição de todos, porém, o acesso é ainda limitado, gradual e contínuo.






quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Sonho da Semente




Com a concentração de uma Força, sob a ação de um Poder incomensurável, surge a semente. Por muito tempo ela se basta a si própria, dorme e deleita-se consigo mesma.

Em certo ponto, nasce em si uma nova percepção, algo do qual nunca havia se dado conta toma seu ser e ela sente um imenso espaço e nesse momento sua aparente visão se divide em duas. Uma parte quer ser sempre una. Outra quer mergulhar no infinito vazio para encontrar o que agora lhe é desconhecido.

A semente se impulsiona e há tantas possibilidades a serem manifestadas a partir de sua ação que, nascem numerosos brotos e ramificações, surge o tronco que sobe forte e determinado, galhos, ramalhetes, flores, frutos e novas sementes.

Para cada semente nascida, a história se repete. Sempre trazendo em sua formação: a concentração de uma Força, sob a ação de um Poder incomensurável. Traz com ela o registro energético de um incalculável desdobramento para assim tudo novamente iniciar.

Em cada galho, ramalhete, folha, as duas percepções iniciais vão se casando. Uma visão segue fragmentando cada etapa: a raiz se sente raiz, diferente do tronco, este por sua vez se difere de sua casca e galhos, esses se percebem diferente das folhas, dos frutos, das flores. Enfim, a cada momento que as possibilidades vêm se formando surge também uma autopercepção se segmentando.

A outra visão, aquela que desde o início não se fragmenta, segue acompanhando a primeira, conjugando cada etapa com ela, promovendo o elo de unidade em tudo quanto se manifesta, conectando cada ciente parte em busca de que semente, raízes, tronco, galhos, folhas, frutos, flores: seja Árvore.

Até esse ponto já é grande a reflexão, mas além disso há de se pensar que, se tudo se corresponde, esse elo se estende a todas as Árvores, a Tudo Quanto Há. Dessa forma então é que, em um grau extremamente mais elevado, unificada as diferentes percepções, alcança-se a Consciência Cósmica e Sabe-se que É uma só Força, Poder e Querer Superior, provindo de uma fonte Inefável. Esse É UM Grau ainda inconcebível, mas é lá que de fato a semente eternamente dorme, basta-se e deleita-se.



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Eterno Agora




Quando se inicia a autociência do ser, cada aparente parte, ainda presa em si própria, vivencia-se como algo total e único. Com o tempo, devido a essa limitação estabelecida em se perceber – todo limite gera diferenciações – passa a notar que existem outras aparentes partes, e que estas parecem separadas de si próprio.


Conforme o expandir do ser, quanto ao seu âmbito mental, este sente e compreende que em tudo existem conexões, assim ele vivencia-se ligado com as outras aparentes partes. Com isso vem se integrando, aumentando o seu âmbito mental, e diminuindo a sensação de fragmentação. Elevando a sua Lucidez do micro ao macro, sobe a níveis mais universais, e entende que tudo é Um.


Toda a existência linear se concebe conforme intervalos de tempo estabelecidos pela mente, tais como segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, séculos, milênios e Eras. Passado, presente e futuro, de uma forma aparente. Tudo que é visto sob uma perspectiva micro, dual e descontínua, diante do Eterno É realiza-se de forma instantânea, é como um simples piscar de olhos no infinito mar da existência. Para sentir essa verdade, é preciso transcender os polos de passado e futuro, expandindo a sensação do Presente até mergulhar no Todo. Em um primeiro nível do despertar a sensação do Presente , embora menos fragmentada, apresenta ainda um âmbito mental restrito.


Expandindo, Ampliando, ainda que muito difícil isto possa parecer, chega-se ao Eterno Agora, à Glória Divina.


Revisado por Arthur Buchsbaum.

A lamparina do estudante



Mais do que empreender um caminho de graduação perceptiva e ter cada vez mais próximo a mão, a chave capaz de conduzir o ser por um caminho de Libertação, constitui-se ao buscador da verdade o desafio de conviver com as pessoas que estão ao seu redor e lembrar-se de que essas não estão isoladas de si. Ao contrário, integram seu ser, não lhe sendo possível tão somente fugir delas. Cabe ao estudante do Hermetismo, aplicar seus ensinamentos em prol de ampliar sua percepção em direção a uma análise mais ampla.

O estudante diante do conhecimento pode fazer o que quiser: ignorar ou desprezar a tudo e a todos, pois esse é um direito próprio com base na legitima liberdade do ser. Tal possibilidade não fere a ninguém, pois todos são libertos, dentro daquilo que acreditam. Contudo, aquele que entende o chamado da Era e se coloca no lugar de instrumento do Grande Mestre, compreende que é através de uma cosmopercepção monista que se pode sentir verdadeiramente ao Todo. 

Com esta autociência, por certo, sente-se um peso nos ombros, uma responsabilidade maior  que o discípulo  passa a ter ao aplicar as Leis Universais e, a partir disso, orientar ao maior número possível de pessoas por esse caminho. Instruir, não é sinônimo de doutrinar, catequizar ou dogmatizar. Muitas são as formas de instrução, pois muitos são os meios pelos quais os diferentes seres aprendem. Assim, pelo exemplo, conselhos, por um texto, ou mesmo pelo grau de vibração podemos se levar “luz” a nós mesmos e aos seres ao nosso redor.

É assim que o estudante, ciente dos Princípios Universais, entendendo que o universo é mental, pode estar mais centrado em todos os eventos, analisando, equalizando, aprendendo a todo tempo. Em certo ponto entende que, por tudo aprender, tudo tem a ensinar. 

Porém, há de se ter o cuidado em não criar a expectativa de que está em suas mãos clarear a todos que o cercam. Bendita é lamparina que em uma mansão escura ilumina um quarto.


Conhecimento-Informação x Conhecimento-Sabedoria




A Mente não é o mesmo que Consciência, porque é composta de infinitas fragmentações perceptivas, que tendem a se identificarem como unidades discretas e localizadas. Por sua vez, a Consciência é absoluta, pois está presente em tudo quando há, transcendendo a todo e qualquer limite.

A este respeito, existe algo que pode passar desapercebida-mente pelo estudante, caso não examine a problemática da mente com a devida atenção: se existem limitações perceptivas e se essas determinam o transcorrer de um ponto a outro diante das informações atualizáveis na Consciência, o que acontece no preciso momento onde ocorre a separatividade? O que há no "meio" entre "o que foi" e "o que "é", entre "o que é" e "o que será"? Enfim, que coisa promove a precisa mudança capaz de promover a sensação de linearidade dos acontecimentos? Na verdade, é a incapacidade de a Mente perceber a continuidade da Consciência que promove uma percepção descontínua de tudo quanto há. A Mente utiliza-se, então, de um dos seus mais sofisticados recursos para elaborar as aparentes fragmentações: a memória, a qual existe para armazenar e classificar as partes que consegue reter e mensurar.

Quanto maior for o grau de memória do ser, maior é sua percepção quanto ao elemento diante do qual a mente está focalizada. Por exemplo, uma pessoa diante de uma "árvore" pode analisar a beleza de sua folhas, observar sua cor e formas, o tronco e os galhos. Mas, se nos seus registros mnemônicos constar que, quanto à determinada espécie, há certo tipo de solo e condições, relacionadas a maior ou menor exposição ao Sol, a pessoa terá condições de trazer à sua percepção muito mais elementos do que outra que desconheça tais aspectos. Isso tanto pode possibilitar maior liberdade como prisão. Nesse exemplo, existe um razoável nível de liberdade perceptiva, devido à focalização progressiva diante das características específicas da árvore, ligada, inclusive, ao conhecimento dos fenômenos naturais de causa e efeito relacionados ao crescimento do vegetal. Tais conhecimentos, quando aplicados como um estímulo à análise, mediante estudos por correspondência, comparação e contraste, podem elevar o conhecimento de um grau de informação para um grau de Sabedoria. Contudo, podem significar outro nível de prisão mental, na medida em que o ser utiliza um conhecimento, específico e localizado, de forma a limitar ainda mais sua percepção, determinando como total e verdadeiro o ponto de vista a partir do qual enxerga. 

Por isso é que há de ter cuidado com o conhecimento-informação adquirido e armazenado na mente, pois, nesse caso, a memória pode chegar a um limite em que, para continuar a agir, necessitará constantemente excluir e limitar grande parte do conteúdo registrado em relação a um objeto visto. Em relação ao Conhecimento-Sabedoria, quanto mais o seu acesso ocorre através da clareza intuitiva, mais tende a expandir-se em direção ao Infinito.