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...Todo encontro É UM reencontro...

terça-feira, 21 de maio de 2013

O despertar da percepção e a importância do querer



Diante do despertar da percepção, um dos maiores entraves que os seres enfrentam é o aprisionamento aos códigos de conduta. Quando se compreende isso, pode-se iniciar um problema talvez maior: atuar no mundo de forma a quebrar códigos e códigos, como um ato de revolta diante do sistema de controle social. Esse posicionamento é igualmente ilusório, visto que o ser, por mais que tente quebrar códigos, o faz dentro de algum padrão conceitual aprisionador. Nesse caso, o de vestir uma roupagem de rebelde e revolucionário, a qual, em ultima análise, não deixa de ser um estímulo à outra possibilidade de códigos, mas menos claros que os convencionais. 

A partir do Princípio da Correspondência, pode-se estabelecer uma analogia do ser em processo de amplo despertar psíquico. Quando ainda não percebia a possibilidade do real despertar, é como se estivesse ainda na "infância", sentindo-se uno com “tudo”, ainda sem condições que o incomodavam e com “o sono tranquilo". Conforme amplia a sua percepção de mundo, o ser também vê crescerem suas angústias, a noção de separatividade, o julgamento e a compreensão de que códigos e regras são as leis que regulam o seu ir e vir, sua forma de atuação na sociedade. Já na adolescência, a tendência à rebeldia, à revolta e à quebra de limites o conduzem a contestar e mesmo a desestabilizar a ordem local estabelecida. Contudo, por mais que se denominem “contestadores, rebeldes, anarquistas", ainda se encontram dentro de um grande código que os limitam, por exemplo, o representado uma ideologia a ser seguida como paradigma.

Com base no exposto, pergunta-se: onde reside a possibilidade da libertação do aprisionamento dos códigos, se a busca por quebrá-los parece não ser um caminho maduro? A continuação da analogia pode apontar um caminho. Já tendo passando por algumas experiências, aprendizados que lhe serviram como base de racionalização e conduta, bem como com maior acesso a mecanismos estruturais que lhe permitem maior liberdade, deslocamento e expressão, o ser pode se posicionar com mais clareza, fazendo valer o seu querer e negociando estrategicamente sobre a melhor forma de proceder diante de um código, racionalizando-o não por padrões de valores impostos, mas sim sob a perspectiva da realização do seu querer. Trazendo a análise para o ser que busca o despertar, pode-se dizer que libertar-se dos códigos é um dos passos fundamentais para o seguimento mais lúcido e firme na busca da Senda Espiritual. Porém, esse libertar-se ainda não pode, dentro da Imanência, acontecer em plenitude, o que exige do busca-dor um contínuo negociar estratégico para a realização do seu querer mais autêntico. É dessa forma que o ser pode gradualmente se dar conta de que não é desejável "declarar guerra" contra os códigos, mas sim, dentro de todos os contextos, preparar o seu maior guerreiro, fortalecendo-o e destacando-o pelo seu querer genuíno.

É o querer esse guerreiro, o grande responsável pela libertação dos níveis de aprisionamento. Quando o ser o valoriza,  permite que seja cada vez menos anulado ou coagido, tornando-se mais presente e incisivo. Assim, o busca-dor pode ampliar sobremaneira sua percepção, aproximando-se paulatinamente da Libertação, tornando-a cada vez mais lúcido e menos susceptível aos aprisionamentos dos códigos.


A lucidez diante da ilusão de complexidade

Priscila Dias

Quando pensamos, em sentido mais amplo, acerca da Polaridade dentro da Imanência, nos direcionamos a uma conclusão segundo a qual Kether e Malkuth são oposições de UMa mesma Essência. No nível da "Árvore da Vida do Universo", enquanto Kether é o extremo da expansão que a percepção do ser pode focalizar em seu plano, representando a Liberdade Plena, a Onisciência, a Onipotência e a Onipresença, ou seja, a Unificação de TODO o conjunto de percepções e atuações, Malkuth representa as condições exatamente opostas, alcançando, em essência, o mesmo objetivo maior do seu polo oposto, diferente em grau, mas de mesma natureza. 

Seria simples e estaria tudo resolvido se o Universo, que é Mental, não se manifestasse em complexos desdobramentos, que se realizam em infinitas faixas vibratórias, as quais se cruzam, se interligam, ressoam e influem umas sobre as outras, gerando outros a desdobramentos ad infinitum. 

Os Princípios, que parecem tão poucos e tão simples, geram, nesse Jogo Existencial que é o Universo, uma vastidão de análises e vivências, num emaranhado em que muitos sábios já se perderam e se perdem, muitos loucos já atingiram a lucidez, muito magos se dissolveram na magia e muitos seres de inúmeras hierarquias se elaboram e reelaboram em UMa vasta coexistência de percepções e manifestações em diversos níveis e planos.

Mesmo assim, pela Correspondência, é possível usar as análises em sentido mais amplo. É viável compreender as formas de atuação das leis naturais e dos processos mentais, para buscar maior lucidez e domínio diante dos emaranhados complexos que permeiam o TODO. Daí sente-se a necessidade de bases intelectivas, de conhecimentos construídos gradual e dialogicamente, pois, na ilusão de Universo, tudo está em Movimento. 

Quem quer se encontrar, precisa, muitas vezes, se perder, ou melhor, em ultima análise, dar-se conta do quanto está perdido.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Todos Somos Um


                                                                 Todos Somos Um



Navegando pelos rios da Vida, dou por mim pensando em um rio de geleiras composto de numerosos e fragmentados blocos de gelo. Se cada bloco, em dado momento, se percebesse enquanto ser individual, por certo, dali nasceria uma noção de separatividade e com ela o terrível julgamento que, implacável, declara: a distancia pelo espaço que há entre si e os outros; a diferença nos formatos, logo imbuída de valores; assim como o estranhamento na expressividade com que cada bloco se destaca em seu ponto de localização.

Imagino o sábio o rio acompanhando as ânsias instauradas diante das complexidades, compreensivo e sereno, sem dúvida sorrindo e silenciosamente dizendo:  

 "Queridos blocos de gelos, não vês que sois Eu que emergi e condensei-me em pequenas partes? Tão logo volteis a mergulhar e dissolver os Limites lhes colocados pela obscura e fria matéria, ampliareis o alcance de sua percepção, do seu sentir e do seu querer e mansamente entendereis que, o que importa acima de todas as importâncias É a Essência Verdadeira e Essa preconiza tão SO-mente que, Todos Somos Um".

Priscila Dias

sábado, 4 de maio de 2013

Em direção à Essência.

                                                              



No(a)...


Na linearidade, o caminhar;
No caminhar, o encontro;
No encontro, o viver com;
No viver com, o conviver;
No conviver, o envolver;
No envolver, a união;
Na união, um coração;
No coração, UM Só;
No UM Só, o Todo;
No Todo, a Mente;
Na Mente, a Existência;
Na Existência, o Limite;
No Limite, o racional;
No racional, a dúvida;
Na dúvida, o perceber;
No perceber, a expansão;
Na expansão, a Lucidez;
Na Lucidez, o Cosmos;
No Cosmos, a Porta;
Na Porta, a Chave,
Na Chave, a mão;
Na mão, a Ciência;
Na Ciência, o Si;
No Si, o EU;
No Eu, a Verdade;
Na Verdade, a Vida;
Na Vida, o Caminho;
No Caminho, a Linearidade;
Na Linearidade, ...


Priscila Dias